Gritar pode causar efeito semelhante à violência física no cérebro das crianças, diz especialista


Gritos podem elevar produção do hormônio do estresse, ativando um estado de alerta constante nos pequenos.

Muitos de nós, criados entre gritos, nos vemos reproduzindo esse comportamento no dia a dia com nossos filhos, principalmente em meio ao grande estresse causado pelo isolamento do novo coronavírus, não é mesmo? Mas esse hábito pode ser muito prejudicial para a saúde mental dos pequenos. Segundo especialistas no assunto, os gritos ativam a produção do hormônio do stress, levando os pequenos a um estado de alerta constante.

“Gritar é uma estratégia de curto prazo, mas se o fizermos de forma contínua terá efeito no cérebro e no comportamento semelhante à violência física” declarou Natalia Redondo, conselheira do Instituto La Albuera de Segóviam, na Espanha, em entrevista ao El País. “Se continuarmos a gritar como forma regular de educá-los, haverá um aumento dos níveis de ansiedade e estresse nas crianças, além de uma diminuição na autoestima, uma vez que elas não se sentem valorizadas pelos pais", explica.

Natália afirma que essa forma de educação pode causar frustações tanto na criança quanto em seus responsáveis, porque a criança se acostuma com gritos e isso faz com que também grite e chore cada vez mais alto. Crianças costumam aprender mais com o que fazemos do que com o que dizemos.

A psicóloga Henar Martín López concorda: “Nosso cérebro identifica esta situação como perigosa e fica alerta. É por isso que diferentes substâncias são geradas no cérebro, como o cortisol, que é o hormônio do estresse. Se costumamos gritar, uma quantidade muito elevada de cortisol é liberada no cérebro de nossos filhos, o que leva à desregulação emocional, ativando um estado de alerta contínuo. A consequência é que sentem medo cada vez que olhamos para eles e ficam inseguros com suas figuras de referência”.

+ 84% dos pais acreditam que palmadas ou gritos (ou os dois juntos) são necessários para educar crianças

Henar sugere que uma boa forma de resolver conflitos com as crianças é mantendo um diálogo pacífico, criando um clima de respeito e passando a sensação de que a criança está sendo ouvida. "Dessa forma, valorizamos a autoestima e servimos de exemplo para resolver conflitos de forma segura e tranquila ”, afirma a psicóloga. “Não vamos esquecer a importância de estabelecer limites e regras. Todos nós precisamos de rotinas e regras. Outra coisa é que eles transgridem essas normas, então, antes, é importante chegar a um acordo em família sobre quais seriam as consequências para seus atos", completa.

Natália Redondo defende que os adultos precisam aprender a controlar seu comportamento e não descontar seus cansaços e frustações nas crianças. “Recomendo os sistemas de pontos para trabalhar comportamentos específicos, estabelecendo previamente suas consequências. Funciona de forma eficaz, pois permite saber de antemão o que esperamos deles e quais as consequências que levarão ou não à conduta indicada”, conclui.

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