ROMANTIZAÇÃO DA ESPIRITUALIDADE
Não romantize a espiritualidade, seja qual for a forma que você a define.
Não se torna mais iluminado pela quantidade de imagens e adornos que se tem no altar. Muito menos pelos tantos amuletos que se carrega no pescoço.
Não é a quantidade de certificados, de viagens místicas, de horas de meditação e yoga que faz de você um ser especial.
Não adianta tomar ayahuasca toda a semana, fazer rapé três vezes ao dia achando que sempre estará em conexão com o astral. Não adianta nada disso.
São nas ações do dia-a-dia que se vive a espiritualidade. É na boa vontade em fazer o que PRECISA ser feito, seja nas relações, seja no trabalho, seja na organização da casa. É no lixo que separa, nem que seja pra facilitar a vida do carroceiro que vai abrir os sacos para ver se encontra algo de valor pra ele. É na comida que se prepara agradecendo pelo alimento, por mais simples que seja. É na perseverança e disciplina em cumprir as coisas que se comprometeu. É no bom dia que se dá ao atendente do mercado, na gentileza que se faz no trânsito, na forma como se trata as pessoas com quem convive.
Viver de verdade a espiritualidade dá trabalho e nem sempre é algo agradável e simples. Mas é a prática do orar e vigiar (vigiar a si mesmo!) que tira os véus da ilusão e romantismo. É a vida real, corriqueira e cotidiana que ensina a ser um ser integral: de corpo físico, mental, emocional e espiritual.
Então, seja mais verdadeiro com as situações que vive. Seja mais generoso e empático com as pessoas da casa. Cumpra o que se comprometeu. Se RESPONSABILIZE por seus atos.
Não fique propagando que tudo o que vida exige de esforço é armadilha da Matrix. Este é o mundo real e estamos aqui para viver esta experiência real. Então dê o seu melhor a ela.
Só assim, tudo o que invoca nos seus momentos espirituais fará sentido. Só assim as forças astrais atuarão a seu favor. Pare de romantizar suas práticas e seu currículo espiritual. E se firme no velho conselho de algum guru oriental: antes de meditar, lave a louça.
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