Quando o ego está em guerra, é preciso saber que ele não passa de uma ilusão a lutar pela sua sobrevivência.

Quando o ego está em guerra, é preciso saber que ele não passa de uma ilusão a lutar pela sua sobrevivência. Essa ilusão pensa que somos nós que estamos a lutar. No início, não é fácil sermos a Presença espetadora, especialmente se o ego estiver em estado de sobrevivência ou se algum padrão emocional do passado tiver sido ativado, mas assim que nos apercebermos disto, começamos a desenvolver a nossa capacidade de Presença, e o ego vai perdendo o seu domínio sobre nós. É desta forma que um novo poder entra na nossa vida, um poder que é muito maior do que o ego, do que a mente.

A única condição essencial para nos libertarmos do ego é tomarmos consciência dele, uma vez que a consciência e o ego são incompatíveis. A consciência é o poder que reside dentro do momento presente. É por isso que também a podemos designar por Presença. O derradeiro propósito da existência humana, ou seja, o nosso propósito, é trazer esse poder a este mundo. Esta é a razão pela qual a libertação do ego não pode ser transformada num objetivo a atingir algures no futuro. Apenas a Presença nos consegue libertar do ego e só podemos estar presentes. Agora, não ontem nem amanhã. Apenas a Presença pode cortar as amarras do passado dentro de nós, e desta forma, alterar o nosso estado de consciência.

Eckhart Tolle (O Poder do Agora)