Respeita a tristeza - Pedro Chagas Freitas
Respeita a tristeza.
A tua, em primeiro lugar. Não caias na armadilha da felicidade obrigatória, da ditadura, que todos parecem querer impor, de estarmos todos felizes, a toda a hora felizes, sempre felizes.
Respeita a tristeza.
Tens todo o direito de não estar sempre de sorriso nos lábios, de não estar sempre esfuziante, aos saltos de alegria.
Tens todo o direito de ter dias mais nebulosos, estados de espíritos mais escuros.
Tens todo o direito de ter o teu espaço, de o pedir a quem te ama, a quem te cerca.
Tens todo o direito de escolher a melhor maneira de lidar com o que te apaga, com o que te desmotiva, com o que te tira a luz.
Tens todo o direito de não ser aquilo que te vendem que tens de ser, aquilo que os outros pensam que pode ser a vida certa.
Respeita a tristeza.
Ela existe, ela também é humana. Não te entregues a ela, não te subjugues ao que ela quer. Dá-lhe espaço para saber que a compreendes, mas mostra-lhe que não estás na mão dela: nunca serás só dela.
Respeita a tristeza.
A dos outros, também. Antes de agredires com palavras, pensa no que sentirá quem for agredido por elas. Antes de ferires com actos, pensa no que sentirá quem for agredido por elas. Antes de criticares, pensa no que sentirá quem for criticado. Antes de partires para a guerra, pensa na possibilidade, em todas as possibilidades, de paz. Não julgues, entrega o mesmo respeito que acreditas merecer receber.
Respeita a tristeza.
É também assim que podes ser feliz.
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Pedro Chagas Freitad
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