Se já viu o filme Avatar, talvez se lembre do gesto mais sagrado dos Na’vi.
Se já viu o filme Avatar, talvez se lembre do gesto mais sagrado dos Na’vi.
Eles não diziam “amo-te”, mas com a alma nos olhos, diziam:
“Eu vejo-te.”
Ver o outro vai além da forma, da aparência, do nome ou da história. Ver é reconhecer. É enxergar a centelha divina, a dor não dita, a luz oculta, o que pulsa por trás do que é visível. É perceber que o outro, tal como você, carrega fragilidade, beleza, medo, verdade e uma missão.
“Eu vejo-te” quer dizer:
Vejo a tua dor.
Vejo a tua força.
Vejo até aquilo que ainda tentas esconder, e não te julgo por isso.
Eu vejo-te quando me livro de projeções, rótulos e expectativas.
Vejo-te quando reconheço, no teu olhar, um reflexo da minha própria humanidade.
Quando acolho as tuas imperfeições como um espelho das minhas. E mesmo assim, escolho ficar.
“Eu vejo-te” é um ato de coragem.
É permitir que o outro exista na sua totalidade, sem o tentar moldar ao que eu espero.
É amar com presença. É acolher sem exigir mudança. É dizer: podes ser tu na minha companhia.
Entre as tribos da África do Sul, a saudação Sawubona significa exatamente isso:
“Eu vejo-te.” E a resposta é igualmente profunda: Shikoba,
“Então eu existo para ti”.
Ver o outro é curá-lo.
E ao curar, curar-se a si mesmo. Porque só enxerga de verdade quem também aprendeu a ver-se.
Então, se hoje precisar de palavras simples e sagradas, deixe-me dizer:
Eu vejo-te.
Com tudo o que és.
E tudo o que ainda estás a tornar-te.
Comentários
Enviar um comentário