Os Alimentos e as Relações

A forma como nos relacionamos com os alimentos, pode ter semelhança com a forma como se desenvolvem as nossas relações.
O mais comum é dissociarmos temas e pensar de acordo com a frase, que diz: “Cada macaco no seu galho”. 

Deste modo vemos em separado a relação que temos com a comida, das relações que estabelecemos com as pessoas; e talvez a diferença não seja assim tão significativa.

A vontade que nos impulsiona a gostar mais de alguns alimentos em detrimento de outros, parte da mesma fonte: nós e o que pensamos serem as nossas necessidades.
Se temos uma adição por doces, lácteos, fruta ou alimentos em papa, provavelmente nutrimos a expetativa de ser amados de uma determinada forma. 
Guiados por carências afetivas, que podem ter origem na infância e em como sentimos a relação com os nossos pais, procuramos no alimento o prazer, o conforto e o colo que estes nos proporcionam.

Se somos adictos de pão e massas, provavelmente procuramos segurança e estabilidade. Move-nos a necessidade de sentir o chão bem seguro e garantia da sua permanência. Talvez tenhamos vivido várias circunstâncias onde nos sentimos ameaçados por perdas.

Se procuramos mais o sabor salgado, é porque precisamos garantir a nossa autoridade e firmeza perante as situações desenvolvendo a afirmação e coragem perante os desafios derrotando o medo.

Se nos relacionamos com o alimento com medo, inspecionando tudo, senão conseguimos relaxar e fazer as nossas opções, convictos dos nossos motivos, talvez tenhamos falta de autoestima, talvez tenhamos dificuldade com as mudanças, porque gostamos de controlar o que vai acontecer como forma de garantir que para tal estamos preparados. 

A forma como nos relacionamos com a comida diz-nos muito sobre quem somos. Revela o que é prioritário e o que buscamos com maior convicção. Os relacionamentos são também nutridos e nutrem-nos. A sua qualidade, depende em parte da nossa capacidade de observação de como “mastigamos e digeridos” a vida.

Observemos a nossa relação com o alimento e através dela iremos seguramente conhecermo-nos melhor. 
O que nos move: prazer imediato? Conforto? Preencher o vazio? Medo da solidão, apego? Ao encontrar a nossa verdadeira motivação, adquire-se maior lucidez sobre o que nos acontece nas mais diferentes áreas da vida.

Talvez tudo tenha origem no mesmo tema: nós; e a forma como pensamos e sentimos.
As escolhas que fazemos dependem desse ser, que vamos conhecendo e construindo à medida que mais e melhor nos relacionarmos connosco.


Natália Rodrigues

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