Crianças e Vidas Passadas
Stevenson estudou durante 3 décadas casos espontâneos de rememoração de crianças de suas encarnações anteriores.
As crianças estudadas por Ian Stevenson relatavam espontaneamente terem vivido em outra época, com outro nome e dão alguns detalhes de como era a sua vida.
Os pais se surpreendiam com estas informações e muitas vezes atestavam que a criança fornecia informações precisas, das quais não poderia ter tomado conhecimento de certos detalhes por outros meios.
Muitas delas afirmavam serem parentes próximos da família, como avô, avó, tio, tia, bisavô, bisavó, ou parentes que se distanciaram.
Outras vezes, as crianças relatavam serem pessoas comuns sem nenhum parentesco familiar.
Conforme Stevenson foi investigando os casos, foi naturalmente constatando a veracidade das informações.
Todos os relatos eram averiguados em sua autenticidade.
Muitas informações relatadas pelas crianças eram apenas conhecidas de pessoas muito íntimas do falecido, suposta encarnação passada da criança.
Os parentes do falecido confirmavam os dados trazidos pelas crianças.
Stevenson foi analisando os dados e confrontando a coleta de informações com outras fontes de explicação fora da teoria reencarnacionista, como a possibilidade de colher informações sobre o falecido através da telepatia, clarividência, projeção astral, mediunidade, dentre outras explicações alternativas.
Finalmente, Stevenson chegou à conclusão de que a hipótese da reencarnação da alma num outro corpo é a que melhor explica cada um dos casos conhecidos e a única que oferece o suporte necessário para uma base na qual se assentam todos os fenômenos observados.
Após a morte de Stevenson, seu maior sucessor, Jim Tucker, leva a frente o trabalho do seu mestre e continua viajando pelo mundo a procura de mais crianças que falam espontaneamente de uma vida passada.
Seu livro “Vida antes da Vida” traz pesquisas inéditas sobre as crianças e suas vidas passadas, seguindo a mesma linha de investigação de Stevenson.
Outro pesquisador que estudou mais de 1.100 casos sugestivos de memórias de vidas passadas em crianças foi o parapsicólogo indiano Hemendra Nath Banerjee.
Banerjee foi diretor do Indian Institute of Parapsychology.
Suas pesquisas minuciosas o fizeram confrontar várias outras explicações para o fenômeno da recordação espontânea em crianças, tal como Stevenson havia feito.
Porém, após exaustivas investigações, Banerjee concluiu que existe no ser humano uma memória do ser, além do cérebro físico, onde se retém informações originárias de períodos além da vida atual. Banerjee chamou esse reservatório de “memória extracerebral” (MEC).
Vamos dar um exemplo para ficar mais claro qual a natureza dos casos analisados.
Vejamos o caso de Ian Hagedorn, um menino americano com subdesenvolvimento da válvula pulmonar, uma artéria do coração.
Em decorrência desse problema, o lado direito do seu coração não havia se desenvolvido devidamente.
O menino foi submetido a várias cirurgias e nada explicava o seu problema. Subitamente, Ian começou a falar coisas que a princípio pareceram estranhas.
Da primeira vez, a mãe estava trabalhando e Ian estava brincando e fazendo barulho.
A mãe mandou o menino parar com o barulho, caso contrário iria bater nele, então Ian respondeu: “Quando você era pequena e eu era seu pai você fez muita bagunça e eu nunca bati em você”.
A mãe ficou pasma e não bateu em Ian.
Depois disso, Ian começou a falar várias outras coisas sobre o avô.
Ele sabia a cor dos dois gatinhos do avô.
Mencionou o apelido do gatinho branco que era a forma pela qual apenas o avô chamava o gato, algo que não tinha como Ian saber.
Além dessas situações a mãe declara que ocorreram várias outras.
O mais interesse é constatar que o avô de Ian morreu com um tiro exatamente na mesma artéria que hoje faz Ian sofrer do coração.
Neste caso, temos não apenas as histórias que Ian conta, mas também a prova física da malformação da mesma artéria.
Neste caso, fica claro que a malformação da artéria de Ian ocorreu por conta do tiro que o avô levou que foi a causa da morte.
Jim Tucker analisou o caso Ian de perto, verificou todas as informações e atestou a veracidade dos fatos, chegando a conclusão de que outras explicações seriam insuficientes para dar conta desse caso.
Ao conversar com Jim Tucker, Ian conta que “não queria voltar, mas Deus me deu para vocês”.
Assim, Ian está querendo dizer que, ao realizar seu plano de vida e ser informado que deveria voltar a Terra, o avô não quis aceitar o novo nascimento, mas o ser que ele chama de “Deus” e que na Terapia de Vidas Passadas chamamos de Senhores de Karma, disse que ele encarnaria como filho de sua filha e foi o que aconteceu.
O caso de Ian é um exemplo de como as marcas de nascença e os relatos espontâneos da criança afirmando ser outra pessoa podem dar subsídios para trazer evidências bastante sólidas da reencarnação.
É comum as crianças fazerem declarações sobre outra vida em idade que varia dos 2 aos 7 anos e um maior número falam entre 2 e 3 anos. Após esse período é mais difícil colher os relatos.
Parece que quanto mais nova é a criança, mais ela pode falar livremente sobre uma personalidade anterior.
Pesquisas de Karl Muller revelam que várias crianças podem ter relatos não apenas de uma outra encarnação, mas também da fase pré-natal.
Algumas tradições espirituais afirmam que o período compreendido de 0 a 7 anos é a fase em que a criança ainda está conectada com o plano espiritual e isso explica as declarações sobre as existências passadas e também outros fenômenos espirituais.
Por outro lado, quanto mais nova é a criança, mais diferença os pais podem fazer em sua constituição psicológica e na formação de sua personalidade.
Isso também inclui a fase intrauterina.
Algumas crianças falam sobre uma vida passada com grande intensidade emocional ao lembrar de fatos marcantes.
Em alguns casos, chegam mesmo a chorar e a pedir aos pais atuais que o leve para junto da família anterior; outras, no entanto, falam sem muito envolvimento.
Geralmente as crianças falam em momentos de descontração, onde se sentem mais livres para se expressar.
Algumas delas contam em detalhes as situações que viveram e falam sobre isso durante horas a fio; outras soltam uma informação ou outra de vez em quando.
Há casos de crianças que desenvolvem um medo ou fobia relacionada com a causa da morte na vida que relataram.
Por exemplo, se a criança conta que morreu vítima de um incêndio, ela pode apresentar bastante medo de fogo.
A Fobia, segundo Tucker, aparece, na maioria das vezes, antes da criança começar a falar sobre a vida passada.
Por outro lado, é curioso notar, como afirma Tucker, que os relatos geralmente se concentram na descrição do período final de sua última vida. Tucker lembra que 75% das crianças descrevem a morte da vida anterior e dessas mortes, a maioria fala de uma morte “violenta ou súbita”.
E como fica o entrevidas ou intermissão das crianças que recordam e relatam as vidas passadas?
De acordo com Tucker, a maioria tem uma intermissão bem rápida, algo em torno de 1 a 2 anos.
Talvez esse seja o motivo das lembranças precoces, ou seja, quanto mais breve o espaço entrevidas, mais fixada na memória as recentes recordações da última existência, porém, existem as exceções.
Por outro lado, a quase totalidade das crianças conta vidas em que foram indivíduos comuns e quase nunca afirmam terem sido alguém historicamente conhecido.
Além de uma existência normal, elas contam situações negativas e até catastróficas pelas quais atravessaram, o que torna ainda mais difícil pensar na questão da fantasia como explicação alternativa.
As crianças pesquisadas fazem relatos do período que passaram no plano espiritual?
Essa é uma pergunta que muitos se fazem dentro dessa investigação.
A resposta para isso é sim, embora essa ocorrência seja mais rara de ser encontrada.
Diz Tucker que algumas crianças falam de como ocorreu o seu funeral na última vida, falam das pessoas envolvidas e de parentes e amigos.
Em outros casos, algumas crianças descrevem algo acerca do que presenciaram em outros planos de realidade após a morte.
No caso de Ian Hagedorn analisado neste mesmo verbete, há uma declaração do menino de que “não queria voltar, mas Deus me deu para vocês”.
Nesse caso, ele se refere ao período entrevidas, onde não queria voltar a encarnar.
Tucker também conta um caso curioso em que a criança conta sobre o plano espiritual após a morte, diz ele que o menino “forneceu inúmeros detalhes sobre a vida de um homem morto num acidente de automóvel.
Ele disse que, após a morte desse homem, outro espírito, provavelmente o motorista do veículo, tomou-o pela mão e ambos se encaminharam para junto de outros espíritos reunidos no que parecia ser um grande saguão.
Afirmou também que um dos espíritos – Deus, segundo ele, disse-lhe que havia pessoas que desejavam ter um filho e ele tinha sido escolhido para renascer”.
Autor: Hugo Lapa
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